Editado por Harlequin Ibérica.
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© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Depois da vingança, n.º 1659 - Janeiro 2016
Título original: The Ultimate Revenge
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-7710-8
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Epílogo
Se gostou deste livro…
Dizem que é impossível planear um furacão.
Nicandro Carvalho conseguia. Era capaz de causar uma tempestade com um sorriso. E, depois de dez anos a planeá-lo e meses a encorajar a tempestade, estava finalmente pronto para criar o caos.
«Zeus, vou atrás de ti. Aniquilarei o teu mundo, como destruíste o meu.»
No Barattza de Zanzibar, ponto de celebração da reunião ostentosa do Q Virtus daquele fim de semana, estava tanto calor e humidade que a camisa se colava ao corpo como uma segunda pele e o suor lhe caía por baixo da máscara. No entanto, avançou, imperturbável, entre a multidão de multimilionários, atento à sua bonita Petit Q, o seu passe para a guarida de Zeus.
«Olhar, mas não tocar», era a regra de ouro.
Como se ele alguma vez tivesse respeitado as regras. «As regras são para os tontos aborrecidos», como diria a mãe, embora a sua voz já só lhe chegasse como um eco longínquo do passado.
Pelo caminho, muitas pessoas cumprimentaram-no e Nicandro retribuiu o cumprimento com um gesto da cabeça ou um rápido «boa noite».
Manteve o passo firme, fora assim desde a época em que se chamava Nicandro Santos, um adolescente aterrorizado de dezassete anos que entrara num cargueiro no Rio e, escondido num contentor sujo, seguira para Nova Iorque. E mantivera-se firme quando mudara de identidade. Assim, surgira Nicandro Carvalho, que vendera o seu corpo nas ruas de Brooklyn antes de esfolar as mãos na construção.
Também não hesitara ao adquirir a sua primeira propriedade e, depois outra, obcecado com ganhar dinheiro suficiente para tirar o avô do Brasil e trazê-lo para viver com ele.
Aquela firmeza recompensara-o com um poder e uma riqueza quase obscenos, até ser aceite nas guest list secretas do Q Virtus, onde o seu propósito era infiltrar-se e conquistá-lo desde o interior.
Demorara dez anos planeá-lo, a reconstruir o Império Santos, o legado de uma vida que lhe fora arrebatado, juntamente com os pais.
– Para onde vais com tanta pressa, Nic?
A voz de Narciso, o seu amigo, obrigou-o a virar-se. A parte superior do rosto estava escondida por trás de uma máscara dourada que fazia pensar numa coroa de louro.
– Imperador Narciso! – cumprimentou Nic, com um sorriso. – Quem pensou nisto?
– Não sei, mas sinto-me como o dono do mundo.
– É óbvio – Nic revirou os olhos. – Como está a tua esposa?
Narciso sorriu ao ouvir o tom cínico do amigo.
Máscaras horríveis. Era o requisito para proporcionar um certo anonimato, mas só servia para enfurecer Nic, como tudo o que se relacionava com o Q Virtus.
Era um clube para cavalheiros da elite. Prestigioso, ilustre. O clube mais cobiçado do mundo, presidido por um assassino mentiroso e vil.
Que ironia, pensou, que multimilionários adultos estivessem dispostos a vender a sua alma para serem membros do Q Virtus, entregando a sua reputação, respeito e confiança a um criminoso.
Mas não por muito tempo. Não quando ele demonstrasse a realidade crua.
– Tão bonita como sempre. Acompanha-me ao salão de jogos, gostaria de conversar contigo.
– Vamos para uma mesa privada – Nicandro empurrou o outro homem para o salão da roleta.
– Cavalheiros, façam as vossas apostas – anunciou um crupiê.
Nic atirou uma ficha de cinco mil dólares e escolheu os números enquanto esperava que o amigo apostasse.
– Vinte mil dólares no dezassete preto – confirmou o crupiê, impassível.
– Sentes-te atrevido sem a tua esposa junto de ti? – Nic assobiou.
– Sinto-me sortudo. É o que a minha esposa me causa.
O seu sócio continuava sob os efeitos narcóticos do sexo quotidiano e Nic desejou que a ressaca demorasse a chegar, pois não queria ver as luzes a apagar-se do seu olhar. Triste, mas inevitável.
– Diz-me uma coisa, não te parece estranho que nunca tenhamos visto o senhor Misterioso?
Narciso não se incomodou em fingir que não sabia de quem estavam a falar.
– Esse tipo valoriza a sua privacidade – arqueou uma sobrancelha. – Não acontece com todos?
– Tem de haver mais.
– Sempre tão desconfiado, Carvalho.
A bolinha caiu no dezassete preto e uma exclamação de satisfação encheu o ar. No entanto, Nic tinha coisas mais importantes na cabeça. E todas conduziam ao mesmo. A Zeus.
– Talvez não tenha jeito para as relações sociais – sugeriu Narciso. – Dizem que está relacionado com a máfia grega. Talvez o seu corpo esteja coberto de cicatrizes de balas. Talvez seja mudo. Talvez seja tímido. Desde a última reunião, há todo o tipo de rumores.
Nic conhecia bem aqueles rumores. É óbvio. De facto, criara a maior parte deles.
– Não te preocupa que o Q Virtus possa ser ilegal? – perguntou, com toda a inocência de que foi capaz. – Parece que alguns se preocupam. Faltam alguns membros.
Era incrível o poder de alguns rumores sussurrados nos ouvidos adequados. A dúvida era uma arma poderosa, destrutiva, e Nic começara um fogo que estava a descontrolar-se.
Narciso encolheu os ombros, como se fazer parte de um clube corrupto não o incomodasse.
– Talvez as origens do clube fossem ilegais. Nós conhecemos pessoalmente vários membros e todos fizeram fortuna com acordos comerciais benéficos. Duvido que isso seja verdade. Os rumores costumam ser fantasias que nascem dos ciúmes ou de algum motivo obscuro.
Embora Nic estivesse decidido a guardar aqueles motivos obscuros para si.
– De todos os modos, gostaria de o conhecer – se alguma coisa corresse mal, se desaparecesse, queria que Narciso soubesse para onde se dirigira.
– Porquê? O que queres de Zeus?
Destruir-lhe a vida. Fazê-lo sofrer como tinham sofrido os pais, o avô e ele próprio.
O idoso que adorava era a única família que lhe restava. Obrigara-o a ser forte, a continuar quando teria preferido morrer no mesmo banho de sangue que os pais.
– Há algo que queiras contar-me, Nic?
«Sim.» No entanto, não queria arrastar Narciso para o centro de uma tempestade que ele criara.
– Não especialmente.
– E como tencionas chegar até ao misterioso, solitário e famoso Zeus?
Nic bebeu outro gole de vodca enquanto observava Petit Q, que cortejara desde a sua chegada na noite anterior. Não lhe custara mais do que um olhar sensual. Canja.
Um passeio romântico à meia-noite pela praia proporcionara-lhe as impressões digitais no copo de champanhe. Uma carícia subtil permitira-lhe acesso à cintura para, depois, lhe arrebatar o cartão de segurança. Ficava pendente uma promessa de sedução na suíte da jovem, promessa que não tinha a intenção de cumprir e que lhe permitiria livrar-se dela.
– Devia ter imaginado que havia uma mulher – Narciso seguiu o olhar do amigo. – Eu gosto do teu estilo, Carvalho, embora pense que esse vodca te subiu à cabeça.
Nic deu uma gargalhada, mas só durou o tempo que demorou a olhar para o amigo nos olhos.
O que é que Narciso e o seu amigo, Ryzard, pensariam dele quando destruísse o Q Virtus? O que diriam quando os privasse de se dar com os homens mais poderosos do mundo? Não entenderiam. Narciso era o mais parecido com um amigo íntimo que alguma vez tivera e Ryzard era um bom homem. Embora eles não soubessem, estava a fazer-lhes um favor. Eles não sabiam do que Zeus era capaz. Ele sabia.
– Falando de rumores – murmurou Narciso. – Ouvi dizer que recebeste uma oferta de Goldsmith.
– Como sabes isso? – Nic quase se engasgou com a vodca.
– Pensavas mesmo que Goldsmith manteria em segredo a possibilidade de o poderoso Nicandro Carvalho, o magnata do negócio imobiliário, se tornar seu genro? Contou ao meu pai. E ele contou-me. Eu disse-lhe que Goldsmith estava a delirar.
Nic reprimiu um suspiro de impaciência. Era a última coisa de que desejava falar.
– Não me digas que estás a considerar seriamente casar-te com Eloisa Goldsmith!
– Estou a considerá-lo, sim.
«Ou não… ou talvez».
– Deves estar a brincar, Nic!
– Não grites! Só porque estás cego pelo sexo e pela paixão… Desculpa, queria dizer que só porque encontraste a felicidade eterna – murmurou ele, com sarcasmo, – não quer dizer que também deseje assinar a minha sentença de morte. Um casamento por conveniência é perfeito para mim.
– Que os deuses te ajudem se encontrares uma mulher que te ponha de joelhos.
– Se isso alguma vez acontecer, meu amigo, comprar-te-ei um porco de ouro.
– Eloisa Goldsmith – Narciso abanou a cabeça. – Estás louco!
– Louco, não, mas estou atrasado para um encontro – Nic acabou a bebida e levantou-se.
– Porque haverias de o considerar? É um rato do campo. Vais fartar-te numa semana.
Exatamente. Nunca se apaixonaria por ela, mas teria uma mulher doce e carinhosa como mãe dos seus filhos. Aos vinte e nove anos, dirigir-se-ia para o altar, culminada a sua meta.
Diamantes Santos.
O grande amor do avô, o seu orgulho e a sua alegria. Goldsmith não só lhe daria a mão da sua filha.
Não se entusiasmava com a ideia, mas prometera-se considerá-la enquanto preparava a sua vingança contra Zeus. E estaria disposto se, com isso, o avô pudesse ver a empresa Diamantes Santos de volta ao sítio onde pertencia. Era o mínimo que podia fazer pelo idoso.
– E agora, se me desculpares, tenho um encontro com o prazer.
O prazer da vingança final.
Privado. Não passar.
O sangue de Nic rugia numa combinação letal de excitação e ansiedade enquanto passava o cartão de segurança pelo monitor do leitor. Pensou nos primeiros dias em Nova Iorque, quando se vira exposto às ruas de Brooklyn. Lá, conhecera personagens degenerados, embora interessantes, que caminhavam pelo lado perigoso da vida e que sempre se tinham mostrado dispostos a ensinar-lhe alguns truques.
O coração acelerou quando a luz ficou verde e se encontrou no santuário de Zeus.
Uns candeeiros de estilo marroquino inundavam o corredor e as paredes de estuque branco de uma luz inquietante. Ao fundo do corredor havia uma porta de madeira esculpida. Ao aproximar-se, ouviu gemidos, como se alguém estivesse a ter um pesadelo. Nicandro pensou que parecia uma mulher.
A amante? A esposa? Aquele homem era suficientemente malévolo para ter um harém.
Nic girou a maçaneta da porta e sentiu-a a ceder. Aquilo era muito fácil.
Entrou e fechou a porta, não sem antes conter um assobio diante da opulência que encontrou.
As paredes de cor ocre eram compostas por um conjunto de gradeados que permitiam que a luz dos candelabros passasse de uma divisão para a seguinte. Mas o que lhe causou uma sensação de sensualidade foi o cheiro a incenso que fez com que desviasse o olhar para a cama.
Uns degraus de mosaico conduziam a um estrutura de madeira elevada de, pelo menos, dois metros quadrados. A estrutura estava coberta por um dossel de seda dourada, fechado nos quatro extremos, à exceção de uma pequena abertura num canto. Era uma provocação para olhar para o interior.
Depois de tirar os sapatos, aproximou-se em bicos dos pés e com o coração acelerado.
O relâmpago inesperado, seguido de um trovão sonoro, não o ajudou a acalmar-se.
Uma mulher jazia entre almofadas luxuosas e camadas de seda em tons brancos e dourados.
Nic deteve-se. Uma sensação estranha de eletricidade fê-lo franzir o sobrolho. Se acreditasse na bruxaria brasileira, diria que os seus antepassados estavam a gritar-lhe que devia sair dali.
Sobrepôs-se ao transe estranho e continuou a percorrer a suíte, apreciando os sofás macios e castanhos e o jacúzi que se erguia sobre outra estrutura de madeira elevada na casa de banho.
O conjunto era impressionante e, mesmo assim, tinha uma sensação caseira.
No fim, no canto mais afastado, encontrou a resposta para as suas preces. Uma secretária cheia de pastas e documentos.
A esperança cresceu dentro dele, misturada com uma certa dose de ansiedade. Não era medo de ser descoberto, mas medo de nunca descobrir a verdade. De nunca se encontrar com Zeus. Ou, melhor dizendo, Antonio Merisi.
Antonio Merisi, aliás Zeus. Um nome que o mantivera escondido durante anos. Mas Nic tinha amigos em todas as esferas e qualquer coisa era possível se se pagasse o preço adequado.
Descobrir outras empresas Merisi, para além da Q Virtus, fora um exercício tortuoso de paciência, considerando que também se escondiam por trás de diferentes nomes, mas, ao fim de umas semanas, descobrira algumas daquelas empresas e o plano começara. Fazer oscilar as contas bancárias daquele homem, perturbar a sua reputação e fazê-lo presenciar a destruição do seu império. Só pedia para estar presente e ver o homem responsável pela morte dos pais a cair para o inferno.
De pé, à frente da secretária, deu uma olhadela à primeira pasta: Merpia Inc.
«Merpia?»
O maior negócio de mercadorias do mundo.
Eros International.
Aquela não o surpreendia, a julgar pelas conotações gregas que envolviam o clube e a breve menção do apelido Merisi na carteira da empresa.
Ophion, uma empresa naval grega.
Petróleos Rockman.
Cada uma daquelas empresas gerava lucros multimilionários. Aquele homem não era rico, era, provavelmente, um dos homens mais ricos do mundo.
As ações que Nic empreendera seriam apenas uma gota de água no oceano.
Lutou contra uma sensação crescente de desânimo até outra pasta chamar a sua atenção.
«Carvalho?»
Estendeu a mão para a pasta, mas deteve-se quando uma voz aguda quebrou o silêncio.
– Eu não o faria. Levanta as mãos e afasta-te da mesa. Não te mexas ou terei de te dar um tiro.
Exatamente quando a coisa começava a ficar interessante.
Nic levantou as mãos com teatralidade e virou-se.
– Vá lá, querida, não vamos discutir…
Mas o «clique» da segurança de uma pistola fê-lo reconsiderar a sua atitude. Tinha de pensar em alguma coisa e depressa. O som transportara-o para há treze anos.
– Fica onde estás. Não te dei permissão para te virares.
Um calafrio percorreu o corpo de Nic diante do tom dominante da voz feminina.
– Como queiras… – replicou, cobrindo a sua voz de um véu de sensualidade. – Embora preferisse ter esta conversa cara a cara. Sobretudo, se fores tão bonita como a tua voz.
– Quem és e como entraste na minha suíte?
– Vou virar-me para podermos ter esta conversa como dois adul…
Uma chicotada aguda atravessou o ar e uma bala passou muito perto da sua cabeça.
– Boa pontaria, querida – porque não o deixava virar-se?
– Muito boa, asseguro-te. E, agora, promete-me que te portarás bem.
Nic teve a sensação de que não ia ganhar aquela discussão. E aquela voz… Meu Deus!
– Vou portar-me bem. Palavra de escuteiro.
Nunca fora escuteiro. Sugerira-o à mãe, mas ela arqueara as suas sobrancelhas perfeitas e explicara que preferiria que se inscrevesse para jogar póquer no clube de campo.
– Contudo, se o que queres é pedir-me para cooperar – Nic ignorou a tristeza diante da lembrança da mãe, – sou muito mais acessível sem uma pistola apontada à cabeça.
– Se estás tão familiarizado com o som de uma pistola carregada, deves ter-te metido em mais do que uma confusão. Porque será que não me surpreende?
– Suponho que sou desse tipo de homem.
– Um ladrão? Um criminoso? Um demente?
– Um incompreendido, diria. Ou talvez enigmático, como o teu amante. Ou é o teu patrão?
– O meu… Patrão? – repetiu ela, com uma altivez que deixava claro que nenhum homem a governava.
– Muito bem, então, é o teu amante.
– Pensa um pouco – queixou-se mulher. – E, enquanto estás a fazer isso, conta-me quem é esse patrão. Quem procuras?
– Zeus, é óbvio, quem haveria de ser?
A suíte ficou envolta num silêncio intenso.
– Temos uma reunião – Nic arriscou. – Se não te importares, agradeceria que fosses procurá-lo.
De repente, ouviu-se uma gargalhada estrondosa. Contagiante, embora oxidada, como se aquela mulher não estivesse habituada a rir-se. E, no entanto, Nic sentiu um prazer ardente.
– Uma reunião? Não me parece. E aviso-te, forasteiro, de que estás a brincar com a pessoa errada. De modo que espero que não te importes que te deixe com alguns dos meus amigos.
Saídos do nada, três homens apontaram as suas respetivas armas e Nic sentiu a necessidade urgente de se proteger. E tudo porque: 1) apesar das provas contra, era um homem de grande inteligência e 2) apesar de estarem bem vestidos, aqueles tipos tinham o olhar de quem tivera uma vida muito dura e deslizara para a loucura.
– Vamos, querida, isto não é justo. Três contra um?
– Desejo-te sorte. Se sobreviveres, voltaremos a ver-nos.
Nic soube que ainda não acabara naquela noite, nem com aquela mulher.