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O guerreiro, n.º 446 - outubro 2018
Título original: Tycoon Warrior
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
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Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-1307-183-1
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Créditos
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Epílogo
Se gostou deste livro…
Dakota Lewis, um lugar-tenente retirado das forças aéreas, observou a sua casa. Será que aos olhos de Kathy a casa teria o mesmo aspecto de antigamente?
«Claro que sim», disse para si mesmo, uns segundos depois. Nada tinha mudado. Reconheceria todos e cada um dos móveis e objectos decorativos que ali estavam.
Virou a sua atenção para os seus convidados. Já não estavam a discutir sobre a missão. Alguém tinha feito uma referência à sua esposa. Teria sido Aaron Black, o xeque Ben Rassad ou o doutor Justin Webb? Não podia ter sido Mathew Walker, porque não era casado. Mas estava noivo.
«Maldição!», pensou Dakota. O que é que lhe estava a acontecer? Os homens que estavam na sala eram amigos e colegas. Não tinha o direito de os invejar. Eram membros do Clube dos Criadores de Gado do Texas, o clube mais caro e exclusivo de todo o Estado. Eram todos ricos, muito ricos, e eram todos casados ou estavam noivos.
Todos menos ele.
A estranha esposa de Dakota estava quase a chegar ao seu rancho. Kathy tinha-se ido embora há três anos atrás, uma decisão que ela nunca tentara explicar.
Um dia, ao voltar de uma missão, Dakota descobrira que esvaziara o seu lado do armário e levara todos os seus perfumes e sabões da prateleira da casa de banho. Tinha-o abandonado. Tinha deitado a perder dois anos de casamento.
Ele amara a sua esposa e ela também o amara. No entanto, abandonara-o, deixando-o com uma profunda e dolorosa ferida.
A ferida voltara a abrir-se, pois teriam que enfrentar juntos uma missão secreta. Kathy trabalhava no Departamento de Assuntos Exteriores do Consulado. Dakota e ela teriam de viajar para um pequeno país europeu, chamado Asterland, que estava à beira de uma revolução.
A campainha tocou e Dakota dirigiu-se para a porta, enquanto olhava para o relógio. Sempre tão pontual.
Ao abrir, encontrou Kathy, tão esbelta e elegante como sempre, com o seu cabelo ruivo amarrado num carrapito severo. Vestia um fato de calças e casaco, com uma blusa verde esmeralda que combinava com os seus olhos.
Nenhum dos dois disse nada durante uns segundos e olharam-se fixamente até que, finalmente, Kathy falou:
– Fico contente de te ver – estendeu-lhe a mão.
«Mera cortesia», pensou ele. Seria isso que marcaria a sua relação? O trabalho estava em primeiro lugar para Dakota. Não permitiria que alguma coisa se interpusesse no cumprimento daquela missão, nem sequer a profunda mágoa que sentia naquele momento no seu coração.
– Eu também fico contente por te ver – replicou ele, e apertou-lhe a mão. Mas, apesar da sua intenção de não se deixar afectar, a sua pequena mão feminina conseguiu-o.
Convidou-a a entrar, enquanto tentava lutar contra as lembranças que ameaçavam invadi-lo.
Cheirava a morangos com natas. Kathy sempre preferira o aroma daquelas loções para o corpo em vez de perfumes fortes. A Dakota sempre lhe abrira o apetite.
Teve que vencer a tentação de lhe retirar os ganchos do cabelo e deixar que caísse como uma cascata sobre os seus ombros. Não esquecera a mulher que amava, não esquecera a sua pele húmida quando estava na banheira e o seu corpo esbelto, de pele firme e cremosa.
Quantas vezes a levara para a cama totalmente molhada?
– Dakota? Os outros já chegaram?
A pergunta de Kathy devolveu-o à realidade. Maldição. Ali estava, lutando contra as suas hormonas. Como é que lhe estava a acontecer aquilo?
– Sim, já chegaram.
Levou a sua esposa para o salão, onde todos se levantaram para a receber. Kathy apertou a mão a todos eles e sentou-se.
Dakota serviu-lhe ginger ale sem lhe perguntar. Sabia qual era a sua bebida favorita. Ainda a comprava.
Olhou para ela e pensou como eram diferentes, quase opostos. Kathy era conhecida pela sua graça e diplomacia, enquanto Dakota era tosco como os seus móveis.
Como é que uma mulher especialista em diplomacia podia ter-se ido embora sem a mais mínima explicação? E sem ter em conta o que tinham significado um para o outro, esquecendo o seu amor e a sua paixão?
Dakota sabia perfeitamente o que Kathy tinha feito durante os últimos anos.
Deslocara-se para Washington D.C. onde trabalhava no Departamento de Assuntos Consulares, morando num luxuoso apartamento que mobilara com antiguidades.
A Dakota custara-lhe não a ter ido procurar, mas achava que se ela não queria dar explicações, não as deveria pedir. Tinha sido o seu ego e o seu orgulho masculino que o tinham impedido de se aproximar dela.
– Sabe exactamente qual é o objectivo da missão? – inquiriu o xeque Ben Rassad a Kathy. – Há algo que não tenha ficado claro?
– Aaron fez-me um resumo – replicou ela. – Sei que as jóias da Estrela Solitária foram roubadas e recuperadas. Albert Payune, o Primeiro Ministro, roubou-as para financiar a revolução. É aqui que Dakota e eu entramos. O objectivo da nossa missão é conseguir que essa revolução nunca chegue a acontecer.
O xeque inclinou-se para ela.
– Aaron informou-me que conhece muito bem o rei e a rainha daquele país.
– Sim, gosto muito da família real e não estou disposta a permitir que percam o seu país – deixou os óculos sobre a mesa e sorriu. – Já arranjei tudo para que a rainha nos convide, a Dakota e a mim, para a festa dos seus anos. Dado que somos convidados da realeza, não vamos levantar suspeitas.
Dakota ouviu com atenção todos os pormenores do plano, que tinha sido perfeitamente orquestrado. A viagem seria de carácter privado. Fingiriam estar em plena etapa de reconciliação.
Dakota olhou para Kathy, que tinha uma pose muito profissional. Mas ele podia reparar que estava tensa, a mesma tensão que ele sentia.
Como iam conseguir fazer aquilo se nem sequer conseguiam fitar-se nos olhos nem conseguiam descontrair-se na presença um do outro? Dakota olhou para Kathy uma vez mais e sentiu uma dor já familiar. Teriam que o conseguir de alguma maneira. O futuro de um país dependia disso. Aquela missão era demasiado arriscada para cometerem erros.
Quando Aaron fez uma pergunta a Dakota, Kathy aproveitou para o observar. Os anos tinham-no tratado bem e estava mais atraente do que nunca. Era meio comanche e meio texano, alto e forte, com uns olhos muito escuros, que mudavam de castanho para preto, segundo o seu estado de ânimo. Tinha um rosto de maçãs marcadas e expelia masculinidade. Embora tivesse o cabelo curto, estava mais comprido do que na época do seu serviço activo nas Forças Aéreas.
Serviço activo? Tirando o cabelo mais comprido, nada mudara em Dakota Lewis. Passara de trabalhar para as Forças Aéreas especiais para trabalhar numa sociedade privada. Gostava do risco, era o que lhe dava vida. Kathy considerava que os homens como Dakota eram adictos à adrenalina.
Aquele tipo de homem nunca assentava. Deixavam sempre as esposas em casa à espera deles.
Quantos trabalhos teria feito desde que ela se tinha ido embora? Teria tido saudades dela como ela tivera dele? Dakota amara-a muito, mas não da maneira como ela precisava de ser amada. O seu trabalho estivera sempre em primeiro lugar e Kathy não podia suportar ser a segunda em nada.
E quando perdera o bebé…
Conteve a respiração; não devia pensar no bebé. Não naquele momento e não naquele lugar. Quando desapareceria aquela dor intensa que sentia por ter perdido o filho de Dakota? Quantos anos teriam de passar antes de parar de desejar que todos os bebés morenos que se cruzassem na sua vida fossem seus?
Dakota virou-se para ela e Kathy retirou a mão do ventre. Há anos que aprendera a controlar as suas emoções e a não deixar transparecer o que sentia no seu interior. Dakota não soubera do bebé e não ia deixar que o descobrisse naquela altura. Na altura em que ela perdera o bebé, ele estava no Médio Oriente, ela ficara sozinha e assustada perante a perspectiva de perder o seu marido e tivera que sofrer a desolação de ter ficado sem o filho que tanto ansiava ter.
– Conhece bem Albert Payune? – inquiriu o xeque Rassad, surpreendendo-a com aquela repentina questão.
Ela levantou o queixo e decidiu concentrar-se na missão.
– Conheço-o o suficiente para poder dar a minha opinião sobre ele – Kathy sabia que a esposa do xeque tinha sido noiva de Payune no que iria ser um casamento de conveniência. – É um homem inteligente, mas arrogante e vaidoso. Não é agradável, mas sabe ser o centro das atenções. Está sedento de poder.
– O perfil perfeito de um revolucionário – acrescentou Aaron. – Pode ser que a sua saúde mental esteja à beira da destruição pela sede de poder.
A conversa continuou, mas Dakota permaneceu em silêncio.
Levantou-se e dirigiu-se para o bar. Kathy observava-o. Movimentava-se como um animal selvagem. Era o comanche que havia nele, o guerreiro que se preparava para o ataque.
Teria Dakota uma nova cicatriz, uma nova marca de guerra?
Kathy conhecia cada milímetro do seu corpo, cada músculo. Também sabia que tinha umas mãos rudes e fortes, capazes de provocar dor ou prazer, segundo o seu objectivo. E não podia esquecer que Dakota Lewis era tão bom amante como guerreiro.
«Não penses nisso agora», disse para si mesma. «Concentra-te na missão, que é a razão pela qual estás aqui».
Quando a reunião acabou e todos se foram embora, Kathy e Dakota ficaram sozinhos. Ela agarrou na sua mala e levantou-se.
De repente, o cheiro a madeira e a pele curtida fez com que percebesse que tinha sentido saudades daquela casa.
A casa tinha o mesmo aspecto de antes. Perguntou-se se o seu quarto continuava tal como ela o deixara, com aquela enorme cama que tanto agradara a Dakota.
Mas Kathy não tinha o direito de pensar naquela cama, porque já não era a sua casa. O facto de amar Dakota não queria dizer que poderia viver com ele, à espera durante meses que ele regressasse das suas missões.
Aquele guerreiro, que vivia para proteger os outros, não a tinha protegido quando ela mais precisara.
– Acho que deveríamos jantar juntos amanhã.
Kathy pestanejou e levantou o olhar. Quanto tempo estivera ali de pé na sala? Quanto tempo estivera ele a observá-la?
– Assim poderíamos coordenar certas coisas e estabelecer os pormenores – continuou ele. – Temos que nos acalmar e familiarizar um com o outro. Não podemos ir para Asterland assim. Ninguém acreditaria na nossa história.
Ela suspirou, nervosamente.
– Sim, temos muitos pormenores para deliberar, mas não quero ir a um restaurante. Podemos ser ouvidos e não gostaria de correr riscos desnecessários.
Ela não queria jantar sozinha com ele em casa.
– E se jantássemos no quarto do meu hotel?
– Está bem.
Acompanhou-a até à porta. Ao chegar ali, ela virou-se e os seus olhares encontraram-se. Três anos, demasiadas missões e a perda de um bebé tinham criado demasiada distância entre eles. Fingir que eram um casal recentemente reconciliado não ia ser fácil.
Kathy estava diante do espelho, a acabar de se vestir. Tinha vestido um fato branco e calçado sapatos sem salto. Meteu a mão no bolso da blusa e tirou um longo fio de ouro de onde retirou a sua aliança de diamantes. Aquela era a maneira de a trazer com ela, pois nunca tivera a força de vontade suficiente para se desprender totalmente da aliança.
Encerrava demasiados sonhos e desejos: uma casa cheia de crianças e a felicidade de envelhecer ao lado do homem que amava, sem que ele tivesse morrido nas mãos de algum terrorista ou de algum assassino contratado. Voltou a colocar o fio no bolso, à altura do seu coração.
Kathy olhou-se ao espelho. Tinha o cabelo solto, tal como Dakota gostava. Rapidamente, fez um carrapito. Não se tratava de agradar a Dakota, mas sim de fazer um trabalho.
O empregado do hotel bateu à porta. Trazia o jantar.
Entrou e dispôs tudo elegantemente sobre a mesa. Kathy assinou a conta, deu-lhe a gorjeta e ele foi-se embora.
Dakota estava quase a chegar. Tinha que se acalmar. Estava habituada a lidar com altos dignatários e chefes de estado. Porque é que aquele homem a deixava tão nervosa?
Cinco minutos mais tarde, alguém bateu à porta. Ela dirigiu-se para a porta com a cabeça muito levantada e abriu-a.
– Olá, Dakota.
– Olá – replicou ele, com um sorriso.
– Entra. Tomei a liberdade de pedir o jantar.
– Fantástico – declarou ele, entrando no quarto com um ar muito mais informal do que ela esperara, mas rapidamente percebeu que a sua atitude era totalmente fingida.
Falaram de coisas insignificantes, enquanto ele revistava o quarto à procura de microfones ou câmaras ocultas que os pudessem espiar.
– O que é que pediste? – inquiriu ele, assim que acabou de verificar tudo.
– Costeletas – replicou ela, tentando descontrair-se sem o conseguir.
– Cheira bem – assegurou ele.
– Sim.
Dirigiram-se para a mesa e ele afastou a cadeira para que ela se sentasse. Mas continuavam tensos e desconfortáveis.
Ela serviu o vinho com uma mão mais firme do que o seu coração. Ele sentou-se diante dela e observou os seus movimentos com os olhos cheios de perguntas. Queria saber porque é que ela se tinha ido embora.
Mas Kathy não estava preparada para falar de assuntos pessoais. Também não sabia se realmente teria importância o que ela tinha para lhe contar. O lugar-tenente Dakota Lewis, retirado ou não da Força Aérea, era um soldado de coração. Uma mulher que desejava ter filhos não fazia sentido na vida dele.
– Conta-me da tua relação com a família real – pediu ele, quando o silêncio começava a ficar demasiado denso.
– Considero a rainha Nicole como uma amiga – replicou ela, descontraindo-se um pouco. – É meio americana e agradece ter outra mulher americana junto a ela com quem conversar. Embora tenha nascido em Asterland, foi educada nos Estados Unidos e gosta muito da nossa cultura.
– Quando é que te enviaram para o consulado de Asterland? Pensei que tinhas estado em Washington durante os últimos três anos.
Então, sabia onde é que ela estivera. Claro que sabia. Sobretudo, porque ela não tentara esconder-se. Pelo contrário, tinha desejado que ele a tivesse ido procurar.
– Não me mandaram para lá, mas tive que tomar conta de uma situação algo delicada, relacionada com o príncipe Eric, o filho mais novo da rainha Nicole. O príncipe Eric teve certos problemas no colégio interno que frequentava. A direcção da escola não parecia disposta a cooperar, por isso, pediu a intervenção de um membro do consulado para informar a rainha do que estava a acontecer.
– O teu relatório deve ter impressionado a rainha.
– O príncipe Eric é uma criança adorável, o que me levou a pensar que o seu comportamento merecia um estudo mais profundo – Kathy colocou o guardanapo no colo. – Com o consentimento da rainha, contratei um psicólogo que diagnosticou um problema de concentração ao príncipe Eric. Eu tinha a sensação de que a criança tinha sido tratada injustamente.
Dakota sorriu.
– Sempre te deste bem com as crianças. Podias ter sido professora.
«Ou mãe», pensou ela, sentindo um nó no coração. Eric tinha entrado na sua vida depois de ter perdido o seu bebé e o pequeno tinha-a ajudado a superar a sua perda.
– A rainha mudou-o para um colégio especializado e agora está muito bem e tem boas notas.
– É difícil de acreditar que o príncipe Ivan seja da mesma família.
– Eu sei – replicou Kathy.
Ivan era o filho mais velho da família real. Tornara-se um homem cruel, que abusara do seu poder e envergonhara a família. O seu fim tinha sido ainda mais cobarde: suicidara-se.
Dakota pousou o garfo na mesa.
– Mas as sementes que semeou no passado ainda estão a criar problemas. Foi ele que convenceu o rei a escolher Payune como Primeiro Ministro. Payune e Ivan eram um par de ladrões.
Num dado momento, o rei, cego pelo amor paternal, tinha querido abdicar em favor do seu filho.
– O príncipe Eric não se parece nada com o seu irmão. Será um bom rei no futuro.
– Fico contente por o saber, mas se não detivermos Payune, o jovem Eric nunca terá a oportunidade de o demonstrar. Espero que Payune engula a nossa actuação. Eu vou ter que o convencer de que és um agente duplo.
Kathy tentou afastar o olhar dos seus olhos, mas não conseguiu. Não era capaz de responder. Tinha a boca seca. Agarrou no seu copo de vinho e bebeu um gole.
– Desculpa, querida. Detesto ter que te fazer isto, mas é a única maneira que tenho de ganhar a confiança de Payune – declarou ele.
«Querida», dissera ele. Kathy sentiu um calor no ventre. Dakota usara aquela palavra a primeira vez que tinham feito amor.
«Mostra-me o que gostas, querida, põe as minhas mãos…»
Aquelas mãos fortes, com calos, que acariciavam os seus seios e que deslizavam entre as suas pernas. Gostava de a ver chegar ao clímax, depois beijava-a e penetrava-a, provocando-lhe uma gloriosa explosão de sensações.
– Kathy?
Ela voltou a si.
– Sim?
– Sentes-te bem? Estás incomodada por alguma coisa?
Teria gostado de lhe responder afirmativamente, que se incomodava por não conseguir parar de pensar nos dois como num casal, por não poder parar de pensar no seu toque, no seu sorriso, na sua boca a cobrir a dela, no peso do seu corpo nas suas ancas.
– Não. Aceitei esta missão sabendo que teríamos que enganar Payune de alguma maneira, estou preparada para fazer o meu papel.
– Tens a certeza?
– Sim – replicou ela, tentando manter a compostura. – Aaron deu-me alguns pormenores.
Dakota teria de se apresentar como um milionário disposto a financiar a revolução por prazer pessoal. Ela faria o papel de uma pessoa interessada, que estaria disposta a utilizar o seu trabalho no consulado para tirar maior partido em benefício próprio.
– Não te preocupes por mim – acrescentou ela. Não estava disposta a permitir que as lembranças do passado se interpusessem na sua missão.