desj592.jpg

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2004 Janice Davis Smith

© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Sedução à meia-noite, n.º 592 - junho 2019

Título original: Midnight Seduction

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-1328-046-2

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Créditos

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Capítulo Treze

Capítulo Catorze

Capítulo Quinze

Epílogo

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

 

 

 

 

Emma Purcell tentou concentrar-se e esquecer o ruído da avioneta. De qualquer modo, o seu negócio estava com a água pelo pescoço e, a continuar assim, com Frank Kean a exigir-lhe dinheiro pelo arrendamento, a Safe Heaven rapidamente se afundaria.

Cortou o rumo aos seus pensamentos e suspirou. Embora não gostasse do mar, as metáforas marinhas não lhe saiam da cabeça desde que saíra do escritório do advogado. Desejara algo que a distraísse da dor insuportável que lhe tinha causado a morte do seu primo Wayne e as dívidas do seu adorado refúgio para animais, a Safe Heaven, e agora conseguira-o. Algo imenso. Algo em torno de uma grande questão: por que raio deixaria Wayne um barco a uma prima que odiava o mar?

Estava a pensar vendê-lo quando o piloto anunciou o Monte St. Helens à direita do avião.

– Poderia conseguir o suficiente para nos mantermos mais uns meses – pensou. – Ou, com alguma sorte, um pouco mais. Até poderia cortar o cabelo.

Mas antes tinha de cumprir o que Wayne estipulara e, por isso, iria ver o Pretty Lady antes de decidir o que quer que fosse, tal como o seu primo lhe pedira na carta em código que recebera, de um modo inquietante, três dias após a sua morte. Devia-lho.

Para enfrentar a tristeza que a invadia, obrigou-se a olhar pela janela quando se aproximavam do aeroporto SeaTac. Teve de admitir que aquela zona do Pacífico Norte era extremamente bonita. Nunca tinha estado naquela parte do país e agora perguntava-se porquê, pois, apesar de não ser uma aficcionada do mar, aquilo era diferente. Do ar, Puget Sound parecia um enorme lago calmo salpicado por ilhas e delimitado por penínsulas grandes e pequenas. Desde miúda que o oceano a assustava, mas aquele parecia mais seguro, pois não tinha ondas e, além disso, nunca se perdia de vista a terra firme, o que reconfortava o seu espírito de marinheira de água doce.

– Não será para tanto – disse para si mesma enquanto preenchia os papéis para alugar um carro. – Talvez até pudesse fazer umas férias.

O jovem sorridente por trás do balcão informou-a de que o seu destino estava muito perto. Só teria que tomar a I-55, seguir para a saída 177 e dirigir-se ao ferry que a levaria à outra margem a apenas alguns quilómetros do porto de recreio que procurava.

A sua cabeça foi invadida por imagens de Charon e do seu barco a navegar pelo rio Styx. Afastou essas ideias e examinou o mapa no qual o jovem lhe indicava o caminho. Uma vez fora do terminal, tirou o telemóvel do bolso para ligar à sua infatigável assistente Sheila.

– Já cheguei, sã e salva.

– Fantástico! Já fechei todos os animais e o filho da senhora Santini veio buscar o Corky.

– Ele vai regressar a casa?

– Sim, amanhã. Queria que o Corky estivesse lá para recebê-la.

Emma emocionou-se ao imaginar o reencontro entre a adorável velhinha e o seu terrier. Eram estas situações que faziam com que valessem a pena as longas horas de trabalho e de tensão para abordar estranhos e pedir-lhes dinheiro ou bens. Para isso criara o Safe Heaven, para cuidar dos animais de estimação quando os seus donos estivessem doentes ou feridos e não pudessem encarregar-se deles.

– Repassarei tudo contigo esta noite – disse.

– Nem penses nisso. Estas são as tuas primeiras férias em dois anos.

– Mas…

– Não me estarás a insultar, pois não? Não vais insinuar que não posso gerir este lugar sem ti.

O aborrecimento de Sheila era fingido e Emma sabia que não era o que realmente sentia. Também sabia que a sua assistente era muito competente e não era senão a sua própria ambivalência que a punha nervosa. Deixou que a mulher lhe assegurasse que tudo iria correr bem e desligou após a promessa de não voltar a ligar a não ser em caso de emergência.

Tentou distrair-se enquanto conduzia, concentrando-se na paisagem e pensando que devia a Wayne, pelo menos, o estar disponível para o que quer que ele tivesse encontrado naquele lugar e que o levara a ficar ali, tão longe do seu lar.

Embora tenha concluído, por outro lado, que Wayne também não tinha qualquer motivo para regressar e custou-lhe não se sentir, naquele momento, mais ressentida do que nunca. A crueldade da família do seu primo afastara-o há já muito tempo, e agora estava morto sem ter alcançado uma solução para a questão. Ela tentara-o muitas vezes, tinha tentado em inúmeras ocasiões actuar como mediador, mas não o conseguira e os seus pais também não tinham sido de grande ajuda. Disse para si mesma, então, que isso já não importava; Wayne estava morto e, por isso, já não poderia envergonhar a sua conflituosa família.

Emma mordeu o lábio inferior para impedir as lágrimas e tentou não pensar no assunto. Como não funcionou, pensou no facto de que, em breve, estaria a bordo de um barco. Aquilo pareceu funcionar e manteve a sua mente ocupada até chegar o ferry. Parecia-lhe uma parvoíce ter medo, sobretudo ao ver tantos passageiros a conversar tranquilamente enquanto subiam para comer ou beber qualquer coisa.

– Entendo por que bebem – murmurou Emma para si própria, pensando em bebidas alcoólicas de um modo pouco habitual para ela.

Comer era a última coisa que precisava, uma vez que queria perder os nove quilos que ganhara sem saber como; porém, quando o barco zarpou viu-se com uma madalena na mão e ficou surpreendida ao aperceber-se de que lhe apetecia mesmo, não tendo nenhum desejo de afogar as suas mágoas em algo líquido.

Pensou então que aquele barco não seria, afinal, assim tão mau.

 

 

Tinham-lhe dito que demoraria algum tempo, mas não quanto. Harlan McClaren esfregou o corrimão cromado do Seahawk, apesar deste sempre ter estado resplandescente. Polia-o de uma forma minuciosa, como se fosse uma tarefa complexa e não uma mera rotina; esfregava-o como se a sua vida dependesse disso. Mas tinha consciência de que o fazia para não enlouquecer.

Também sabia que ficaria exausto. Era isso o que mais o fazia vacilar, a facilidade com que se cansava com as tarefas mais simples. Acabava de cumprir os trinta e nove anos, mas sentia-se como um septuagenário. Tinha a sensação de como se se movesse debaixo de água, como se o ar estivesse empenhado em ser uma barreira aos seus movimentos. Mas aceitava bem o cansaço, pois evitava pensar demasiado e, por vezes, chegava a ficar esgotado até quando dormia sem sonhar.

O ombro começou a doer-lhe, recordando-lhe o que o levara até àquele lugar. Esticou-o em vez de abandonar o que lhe provocava a dor e colocar gelo, como lhe tinham dito os seus terapeutas. Sabia que aquilo não seria nenhuma surpresa para alguém que o conhecesse. Excepto para Josh, o dono do Seahawk, que mandara Harlan recuperar-se no seu barco, com instruções restritas do que fazer durante a forçada convalescência.

– Por uma vez na tua vida, Mac, faz o que é saudável – dissera-lhe Joshua Redstone, que o conhecia tão bem como o resto das pessoas.

De repente, ouviu um rangido de madeira, sinal de que alguém se aproximava pelo cais. Pensou em meter-se na cabina, pois naquele dia não lhe apetecia conversar com nenhum dos habituais dali. Mas o som dos passos, a hesitação que havia neles, fizeram-no olhar e franzir a testa.

A mulher que se aproximava pelo passeio de madeira agarrava-se ao corrimão como se a sua vida dependesse disso. Não usava sandálias com tacão, como algumas que vira a visitar o cais, mas caminhava como se o fizesse, com passos muito curtos, como se receasse que os pedaços de madeira rebentassem sob os seus pés e ela caísse nas frias profundezas.

Voltou ao seu trabalho quando a mulher já tinha descido o cais, esperando que se detivesse muito antes do final, onde estava atracado o Seahawk, mas os passos continuaram a aproximar-se cada vez mais, até que Harlan parou e ficou gelado junto ao corrimão, perfeitamente brilhante, no qual viu o reflexo de uma mulher com o cabelo loiro e curto.

Prendeu a respiração. Não esperava ninguém e, de facto, estava naquele local para evitar as pessoas. Não tinha tido nenhuma visita desde a sua chegada e gostava que continuasse a ser assim. Estranhou muito quando a mulher continuou a andar pelo cais e passou os espaços vazios entre o seu barco e o último que estava atracado, o pior sítio para estar durante uma intempérie, o Pretty Lady, o barco de um homem que falecera.

Harlan agachou-se, observando. Se por um momento esperara que ela não o tivesse visto, o olhar rápido que esta lhe lançou sobre o ombro fê-lo pôr a ideia de parte, e o repentino acelerar dos seus passos fê-lo pensar que ela se apercebera que ele a observava. Franziu a testa, pois nenhuma mulher que fosse ao Pretty Lady poderia ser melindrosa. Mas também era verdade que aquela não era como as que tinha visto nas poucas ocasiões em que o barco recebera visitas femininas. Aquela mulher tinha demasiada classe.

Pensou que talvez se tratasse de uma advogada que tinha ido taxar o barco, cujo valor diminuía de dia para dia. Obrigou-se então a voltar-se, pensando que o assunto não lhe dizia respeito e continuou a polir o corrimão que não precisava nada disso. Não lhe importava, e não queria que lhe importasse, o motivo pelo qual alguém se tinha apresentado, por fim, na velha chalaça.

De repente, com a imagem da mulher ainda na cabeça, traçou a conexão que deveria ter feito assim que a viu. A semelhança com o homem do Pretty Lady era inegável; portanto, deveria ser a prima de que Wayne Parcell lhe falara, o único membro da família de quem falara com carinho e não com raiva ou ódio absoluto. Então, ocorreu-lhe que deveria ir expressar-lhe as suas condolências. Embora não tivesse sido muito amigo de Wayne, tinham partilhado algumas cervejas nalgumas ocasiões, até ao momento em que dera conta que, quando começava a beber, Wayne tinha dificuldade em parar. Mas não se conseguiu mover; a ideia de se aproximar de um estranho, especialmente de uma mulher tão atraente, e ser amável, parecia-lhe tão impossível como escalar o Everest. Observou de lado como ela subia para o barco, agarrando-se com todo o cuidado ao corrimão tal como fizera antes. Quando, por fim, entrou a bordo moveu-se com cuidado até à cabina e ficou de pé na escotilha. Era óbvio que não sabia muito de barcos. De facto, parecia receá-los. Harlan pensou que o problema não era seu e voltou-se, uma vez mais, para o seu trabalho, até que ouviu uma pancada e depois um grito.

 

 

A Emma pareceu um milagre não ter partido uma perna ou algo ainda pior. Embora isso não fosse remédio para lhe aliviar a dor nas ancas e no cotovelo. Sentou-se com cuidado, passando a mão pelo braço que a fizera gritar de dor. Começava a respirar mais calmamente, quando um ruído lá em cima lhe alterou de novo o fôlego. A ligeira inclinação do barco indicou-lhe que alguém subira a bordo atrás dela. Ainda não se tinha conseguido pôr de pé quando a figura de um homem cobriu a escotilha.

«Acalma-te», disse para si mesma. «Não estás numa grande cidade, não há razão para ficares assustada».

O homem falou, confirmando os seus pensamentos, não parecendo constituir qualquer ameaça.

– Está bem?

De facto, pareceu-lhe cansado, muito cansado, como se no fundo não tivesse vontade de estar ali. Como não respondeu, o desconhecido começou a descer até à cabina e foi então que ela se apercebeu que era o mesmo homem que tinha visto antes no barco luxuoso e caro do último posto do ancoradouro; o homem cuja presença a levara a acelerar o passo. E agora estava ali, num momento em que não se lembrava de ter parecido mais estúpida do que naquele instante. O estranho desceu o resto das escadas a correr e, então, ela apercebeu-se de que demorara muito tempo a lhe responder.

– Sim, estou bem – respondeu, agitando a mão como se o quisesse espantar.

Conseguiu vê-lo melhor através da luz que entrava pelas clarabóias. Era extremamente magro e as sandálias, jeans e camisa que vestia eram novos, como se a magreza fosse recente e, por isso, tivesse tido que comprar roupa nova. O seu cabelo espesso tinha madeixas loiras, normais em alguém que passa muito tempo ao sol, mas ele estava pálido. Os olhos tinham um olhar vazio, como se tivesse estado doente, ou ainda estivesse.

Ou talvez alguém que tomasse alguma substância nociva e essa fosse a razão daquela aparência débil, suspeitou. Embora ela não conhecesse ninguém assim, era impossível viver no Sul da Califórnia sem nunca ter visto alguém assim. Também tinha um olhar cauteloso e tenso, transformando os seus olhos numa sombra verde que parecia mais alarmante do que atraente.

– Tem a certeza? – perguntou, ficando ela com a estranha sensação de ele desejar que a sua resposta fosse afirmativa para não ter que fazer nada nem ter de pedir ajuda.

– Estou bem – disse-lhe ela com firmeza. – Acho que calculei mal os degraus, só isso.

As palavras sensatas dela pareceram reconfortá-lo, e sentou-se num degrau. Emma perguntou-se se ele pensaria ficar muito tempo ou se afinal tinha razão ao pensar que ele estava cansado.

– Nunca tinha estado num veleiro?

– Em nenhum barco – admitiu ela, envergonhada, ao ver que não a observava divertido mas com interesse.

Colocou-se de pé enquanto ele a observava e verificou se estava tudo no seu sítio e se não tinha partido nada. Então, ele voltou a falar, deixando-a petrificada.

– Você é a Emma, não é verdade?

– Como é que sabe? – perguntou-lhe ela, sem compreender.

– Não é muito difícil – respondeu ele, encolhendo os ombros. – O Wayne falou-me de si e é muito parecida com ele. Os mesmos olhos, o mesmo nariz.

Ela voltou a corar. Tinha os olhos iguais aos do seu primo, de um azul claro que ela adorava porque podiam ficar cinzentos ou azuis escuros consoante a roupa que vestisse. Mas o nariz era o seu pesadelo. A sua forma arrebitada fizera com que lhe chamassem, durante toda a vida, convencida, chica-esperta e mais uma série de outros apelidos que considerava estúpidos e que chegara a odiar. Com Wayne passara-se o mesmo e ele também odiava. Embora sempre tivesse insistido que no caso dele era ainda pior, porque uma rapariga podia ser espertalhona ou convencida, mas num rapaz isso era sempre motivo de gozo.

– Conhecia o Wayne? – perguntou, só depois se apercebendo das implicações do que o homem lhe dissera.

– Um pouco. Era difícil não o conhecer estando atracado tão perto e eu estar aqui o tempo todo.

Foi então que ligou as coisas. Olhou para a bolsa que, quando caiu, deslizara pelo chão de madeira de teca, como se conseguisse ler a carta do seu primo através dela. O que nem precisava. Tendo em conta a inquietude que sentira quando a recebeu, conseguia lembrar-se dela de cor.

Se precisares de algo, pede-o ao senhor McClaren, escrevera-lhe. É um lobo do mar que vive no iate de um ricalhaço e acho que podes confiar nele.

À partida, o barco em que o tinha visto parecia-lhe «o iate de um ricalhaço» e o seu aspecto era o de um lobo do mar. Questionou-se sobre que homem rico emprestaria o seu barco a um tipo tão inquietante. No entanto, tinha-o visto a trabalhar no barco e por isso pensou que, pelo menos, fazia algo em troca. Mas não confiava no seu aspecto, por isso decidiu-se a fazer com que se fosse embora naquele momento e a evitá-lo tanto quanto pudesse.

– Não veio mais ninguém consigo? Disse-me que os seus pais estavam vivos – comentou ele, com uma expressão algo confundida, como se até o gesto de franzir a testa fosse um esforço demasiado grande. Emma perguntou-se mesmo o porquê de se ter incomodado em perguntar visto que isso o deixava tão aborrecido. Ou se estava tão cansado, corrigiu-se, pois as olheiras profundas justificavam mais essa impressão.

Hesitou em responder visto que aquele estranho não parecia muito interessado no assunto. Mas ela nunca estivera muito de acordo com o modo como os seus pais tinham tratado o seu querido primo.

– Não se davam muito bem – disse. – Para eles, ele estava morto já há muito tempo.

– Isso explica uma série de coisas – respondeu ele depois de um momento para interiorizar a informação.

– A que se dedicava o Wayne enquanto aqui esteve? – perguntou Emma que, naquele momento, não ignorou o que as suas palavras poderiam implicar. Se aquele homem conhecia o seu primo suficientemente bem para poder dizer aquilo, também poderia ser a sua melhor fonte de informação. – Eu nem sequer sabia que ele estava aqui.

Emma percebeu que o homem tentava ir embora e o seu rosto, que antes mostrara um mínimo de interesse, não expressava nada naquele momento. Apenas cautela.

– Não sei – respondeu ele, o que a levou a concluir que mentia, embora não soubesse bem sobre o quê. O homem voltou-se para ir embora.

– Quando o viu pela última vez? – perguntou-lhe, desesperada por encontrar alguém que tivesse mantido algum contacto recente com Wayne.

Ele parou, embora continuasse de costas para ela. A ela pareceu-lhe que tremia embora sem poder imaginar o porquê. Por fim, lenta e reticentemente, respondeu.

– Uma hora antes de ele morrer.