
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
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28001 Madrid
© 2016 Kim Lawrence
© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Refém do passado, n.º 1801 - outubro 2019
Título original: Surrendering to the Italian’s Command
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
®Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-1328-800-0
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Créditos
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Epílogo
Se gostou deste livro…
Tess apoiou a testa no frigorífico e fez um esforço para se mostrar animada.
– Estou bem – mentiu, num tom rouco. – Estou muito melhor.
– Não sabes mentir – replicou Fiona.
Tess ergueu-se e levou uma mão à cabeça. Doía-lhe bastante, mas respondeu com um sorriso fraco ao afeto da amiga.
– Claro que sei. Sou uma grande mentirosa.
Por muito que negasse a verdade, Tess sentia consciência de que não parecia tão credível como no dia anterior, quando dissera à secretária da mãe que não poderia ir à abertura do centro que a mãe ia inaugurar. Evidentemente, a gripe tinha as suas vantagens. Contudo, não podia dizer-se que mentira a Fiona. Era verdade que estava melhor, embora não o suficiente para não se sentir mal.
– Se pudesse, ter-te-ia levado a casa quando saí do trabalho, mas tinha muitas coisas para fazer. Não foste a única que se constipou. Metade do escritório está doente – declarou a amiga. – Volto amanhã de manhã, quando deixar a Sally e as raparigas na estação. Precisas de alguma coisa?
– Não tens de…
– Venho na mesma – interrompeu.
– Está bem, mas não te queixes se te pegar a gripe.
– Nunca tive uma gripe.
– Não tentes a sorte – avisou.
Tess apoiou-se na bancada. Estava tão fraca que o simples facto de sair do quarto e dirigir-se para a cozinha a cansara.
– Entretanto, faz-me o favor de beber bastantes líquidos – indicou Fiona. – Mudaste as fechaduras?
– Fiz tudo o que a polícia sugeriu.
Tess olhou para as fechaduras novas da porta principal e pensou que começava a sentir-se como uma prisioneira na sua própria casa.
– Deviam ter detido esse psicopata.
– Bom, mencionaram a possibilidade de pedir uma ordem de restrição.
– E, então, porque não…? – Fiona gemeu de repente e deixou a frase por acabar. – Ah, já percebi. A tua mãe.
Tess não disse nada. Não era necessário. Fiona era uma das poucas pessoas que entendia. Estava com ela quando a mãe pusera a sua cara nuns cartazes e a transformara na vanguarda da sua cruzada contra a perseguição escolar, embora só tivesse dez anos. E também estava com ela quando aproveitara a sua tristeza no enterro do pai para ganhar o coração dos eleitores e conseguir um lugar de vereadora.
– Tem boas intenções – replicou, sentindo-se na obrigação de a defender.
Tess foi sincera na sua afirmação. Era verdade que Beth Tracy era obcecada com autopromover-se, mas não o fazia por ambições pessoais, fazia-o pelas causas que defendia.
– Disseram-me que quer candidatar-se à câmara municipal – comentou Fiona.
– Sim, eu também ouvi – declarou Tess. – Mas, voltando ao que estávamos a falar, não havia garantia alguma de que o tribunal emitisse uma ordem de restrição. Esse homem parece incapaz de magoar alguém. E, por outro lado, não levou nada do apartamento e nem sequer tenho provas de que esteve nele.
– Talvez não tenha levado nada, mas esteve em tua casa.
Tess sentou-se no chão, contente por a amiga não ter visto que lhe tremiam as pernas. A invasão da sua casa fora a gota de água. Até então, optara por não fazer caso do problema, pensando que aquele indivíduo se aborreceria e a deixaria em paz. Porém, agora, sabia que era perigoso.
O homem que a perseguia mexera na sua roupa interior e deixara-lhe uma garrafa de champanhe e dois copos na mesa de cabeceira, para além de espalhar pétalas de rosa por cima da cama. Evidentemente, queria que soubesse que estivera lá. Embora tivesse tido muito trabalho para não deixar nenhuma impressão digital.
– Eu sei – disse Tess e pigarreou. – Mas suponho que uma garrafa de champanhe e umas pétalas de rosa não sejam agressão suficiente.
– E o que se passa com a perseguição? Falaste-lhes das mensagens de correio eletrónico que te enviou?
– Não contêm nada de ameaçador. De facto, a polícia simpatiza com ele.
Tess sabia que os agentes não a levariam muito a sério, tendo em conta que não acontecera grande coisa, mas pareceu-lhe revoltante que justificassem a atitude de Ben Morgan, que achava que tinha uma relação amorosa com ela apenas porque se tinham encontrado algumas vezes na paragem do autocarro.
– Simpatiza com ele? – gritou Fiona, zangada. – E o que acontecerá se te apunhalar uma noite, quando estiveres a dormir?
Tess deixou escapar um grito abafado e Fiona apressou-se a tranquilizá-la.
– Não vai apunhalar-te. Esse tipo é um perdedor, um simples cretino – afirmou, arrependida do que dissera. – Oh, porque falo demasiado…? Estás bem?
– Sim, é claro. Não é nada que não possa curar-se com algumas aspirinas e uma chávena de chá.
Então, ouviu-se um estrondo.
– Se não baixarem o volume, vou desligar a televisão! – exclamou Fiona. – Lamento muito, Tess… A minha irmã deixou as gémeas comigo e não podia deixá-las em casa. Será melhor levá-las.
– Não tem importância, Fi.
– De certeza que estás bem? Tens a voz rouca.
– O meu aspeto preocupa-me mais do que a minha voz. Deve ser terrível – ironizou.
Tess deitou o cabelo para trás e olhou para o seu reflexo na superfície reluzente da chaleira, para ver se estava tão pálida e com tantas olheiras como quando se levantara. E estava.
– Que horror – queixou-se. – Pensando bem, vou beber essa chávena de chá e vou para a cama.
– Uma ideia excelente. Até amanhã, Tess.
– Até amanhã.
Tess encheu a chaleira e abriu o frigorífico para tirar um pacote de leite. Contudo, já não havia leite e apetecia-lhe tanto que decidiu ir comprar. Infelizmente, a loja mais próxima era a duzentos metros dali. Se fosse pelo beco.
Como não podia sair de pijama, parou à porta e pegou na gabardina que o namorado de Fiona deixara lá da última vez que tinham ido jantar. Era um homem magro, mas não demorou a descobrir que a roupa lhe ficava demasiado larga.
Já estava a meio do caminho quando se lembrou das recomendações que uma das agentes da polícia lhe fizera: Para além de lhe sugerir que desativasse as suas contas nas redes sociais, aconselhara-a a que não saísse à rua sozinha e que, se se visse obrigada a sair, evitasse os lugares escuros e pouco concorridos. Quer dizer, lugares como aquele.
Tess ficou gelada, subitamente consciente da escuridão do beco. Estava a fazer o contrário do que a agente da polícia lhe pedira.
Nervosa, respirou fundo com a intenção de se tranquilizar, mas só serviu para que sofresse um ataque de tosse, que ecoou nas paredes enquanto a sua mente lhe dizia para se virar e fugir a toda pressa. No entanto, não tinha forças para correr. E, por outro lado, estava mais longe de casa do que da rua da loja, sempre bem iluminada e cheia de pessoas.
– Não vai acontecer nada, não vai acontecer nada – repetiu-se. – Tu não és uma vítima.
Nesse momento, um homem parou no extremo do beco e começou a dirigir-se para ela. Tess abriu a boca para gritar, mas não conseguiu. Ficou paralisada. Não conseguia respirar. Era como se tivesse um peso enorme no peito.
– Calma – disse ele. – Vou cuidar de ti, querida.
Ela tentou gritar novamente. E, desta vez, emitiu algo parecido com um grito.
– Não posso dizer grande coisa sem saber mais detalhes sobre o estado da sua irmã. Mas, a julgar pelo que me contou, tenho a sensação de que esse tratamento não funcionaria.
Danilo abanou a cabeça e suspirou sem dizer nada.
– Agora, se quiser que a examine… – continuou o médico. – Embora suponha que, antes, queira discuti-lo com ela.
– Com quem?
– Com a sua irmã, naturalmente. Disse que já se submeteu a vários tratamentos e que nenhum deles teve sucesso.
Por alguma razão, Danilo lembrou-se das palavras que um rapaz lhe dissera no mês anterior, depois de ele ter tentado afastá-lo da irmã. Dissera-lhe que se amavam, que Nat o queria ao seu lado e que não tinha o direito de se intrometer na sua vida.
– A minha irmã quer andar, doutor.
O médico assentiu, levantou-se e disse, antes de se ir embora:
– Estaremos em contacto.
Danilo ficou a pensar na sua conversa com o rapaz. Nunca tivera a intenção de se intrometer na vida de Nat, exceto para conseguir que tivesse exatamente isso, uma vida. Ia de cirurgião em cirurgião, à procura de algum que pudesse ajudá-la. E nem ele nem ela estavam dispostos a render-se.
Quando chegou a limusina, o motorista saiu do veículo e abriu-lhe a porta. Mas Danilo pensou melhor.
– Vou dar um passeio.
Pôs as mãos nos bolsos e começou a andar. Estava tão concentrado nos seus pensamentos que nem sequer reparava no granizo que começara a cair. Era verão, mas os verões britânicos tinham essas coisas.
Danilo estava em Londres na noite do acidente. Ficara na companhia de uma loira linda e não deixava de pensar que, se estivesse ao volante, os pais não teriam falecido e a irmã não teria acabado numa cadeira de rodas. Mas, em qualquer caso, sentia-se culpado. Ficara com uma mulher e, quando a polícia italiana o localizara, Nat estava há sete horas numa sala de cirurgia em Roma.
Teria mudado alguma coisa se estivesse naquele carro? Teria sido capaz de impedir que tivessem um acidente? Nunca saberia e esse era o seu castigo. Um castigo incomparavelmente mais suportável do que a desgraça da irmã.
Cabisbaixo, interrogou-se se estava a fazer bem ao insistir em encontrar uma cura. Nat era muito forte, mas submetera-se a tantos tratamentos que começava a perder a esperança. E Danilo não queria que voltasse a ter uma desilusão.
Ainda continuava a dar voltas ao assunto quando ouviu um grito, procedente de um dos becos laterais. Era um grito de terror, portanto, correu para a entrada e espreitou. O lugar estava às escuras, mas os candeeiros da rua iluminavam o suficiente para ver que uma mulher tentava fugir de um homem que a agarrava.
Danilo sentiu uma fúria imensa. Não suportava os tipos que abusavam dos mais fracos. Sofrera-o na própria pele durante a sua adolescência, antes de dar um salto e de desenvolver a musculatura que o pusera a salvo. E não ia permitir que um desses canalhas levasse a sua avante.
O homem não viu Danilo até ao último segundo, quando o agarrou pelo pescoço e o afastou de uma jovem tão bonita como pálida. Tinha uns olhos grandes, maçãs do rosto marcadas e lábios pecaminosos. Fê-lo pensar um pouco em Nat, embora a semelhança acabasse aí. A irmã era muito mais alta e mais exuberante.
– O que raios…?
A expressão de raiva do perseguidor fraquejou significativamente quando Danilo lhe deu um murro que o fez recuar vários metros. Pelos vistos, já não se sentia tão forte. Mas, apesar disso, tentou aproximar-se outra vez da assustada Tess.
– Interpretou mal a situação – continuou. – Isto é um mal-entendido.
– Duvido muito – replicou Danilo. – Quer que chame a polícia, menina?
– Só quero ir para casa.
– Chamar a polícia? – perguntou o perseguidor, com uma gargalhada. – Isso não tem pés nem cabeça, amigo. É uma simples discussão de apaixonados.
Tess sentiu pânico. O que aconteceria se o seu salvador acreditasse no louco do Ben? O que aconteceria se a deixasse a sós com ele?
Por sorte, Danilo não se deixou enganar.
– Não sou seu amigo nem isto era uma simples discussão de apaixonados, como diz. Vi tudo. Tentou abusar desta mulher.
– Não tentei abusar de ninguém. A Tess é minha.
Ela abanou a cabeça e fechou os olhos, incapaz de olhar. Lembrava-se do dia em que um dos namorados da mãe a encurralara no quarto, fechara a porta e lhe dissera que iam divertir-se um pouco. Só tinha dezasseis anos nessa altura, mas não chegara a conhecer o seu conceito de diversão: O tipo fugira a toda a pressa quando começara a atirar-lhe todos os seus sapatos novos.
– Olhe, não estou de humor para debater com ninguém – avisou Danilo. – Ou se vai embora agora mesmo ou continuamos esta discussão na esquadra mais próxima. O senhor decide.
Tess ouviu passos que se afastavam e concentrou-se no cheiro do homem que estava ao seu lado, o homem que a salvara de uma situação extraordinariamente difícil.
– Já pode abrir os olhos. Foi-se embora.
Ela abriu os olhos e olhou para o desconhecido alto, que lhe teria parecido impressionante em qualquer situação.
– Garanto que o beijaria de boa vontade. Mas não se preocupe, não vou beijá-lo. Receio que esteja com gripe – disse.
Ele sorriu e Tess pensou que nunca vira um sorriso tão sensual. De facto, era o homem mais sensual que alguma vez vira. Tinha a sua origem mediterrânica escrita no preto azeviche do cabelo, no tom torrado da pele e nos traços angulosos e bem definidos da cara, de nariz reto e lábios espantosamente sensuais.
– Sei que não me diz respeito, mas não acha que devia escolher melhor os seus namorados? – perguntou ele, com desaprovação.
Observou-o com surpresa e Danilo sentiu-se tão incomodado como se sentia quando dava conselhos amorosos a Nat. Mas, ao contrário de Nat, não gozou com ele nem pôs a sua experiência em dúvida nesse tipo de questões, de que sabia bastante: Ao fim e ao cabo, fora um desses homens que nenhum irmão quereria para a irmã.
– Não, entendeu mal, não é o meu namorado.
As palavras de Tess foram tão fracas que Danilo teve medo de que perdesse os sentidos, portanto, passou-lhe um braço ao redor da cintura. E, então, descobriu duas coisas relevantes: Que estava a tremer e que, por baixo da gabardina larga que usava, havia um corpo feminino com todas as curvas que devia ter.
– Não vai desmaiar, pois não?
– Não – negou ela, ainda espantada com a beleza do seu salvador. – Sinto-me bem.
Danilo não achou que fosse uma afirmação precisamente sincera, porque estava muito pálida. Mas alegrou-se por ter uma atitude positiva: Não queria acabar com uma mulher desmaiada entre os braços.
– Respire fundo. Inspire, expire…
Enquanto ela tentava acalmar-se, ele pegou no telemóvel e ligou ao motorista, interrogando-se se ainda teria tempo de viajar para Roma.
– Já estou melhor – afirmou ela.
Tess olhou para ele nos olhos. Até àquele momento, pensara que eram de uma cor castanho-escura, mas eram de cor preta e azulada, como um céu noturno, com pequenas bolinhas prateadas que brilhavam como estrelas.
– O meu carro vai chegar a qualquer instante. Quer que a leve a algum lugar?
Ela abanou a cabeça.
– Não, obrigada. Vivo aqui mesmo, na esquina.
Assim que pronunciou a frase, Tess apercebeu-se de que a sua casa não era necessariamente a única coisa que era na esquina. Havia a possibilidade de Ben se ter escondido entre as sombras. Havia a possibilidade de continuar ali. E sentiu pânico.
– Bom, fica em caminho – comentou ele.
– A sério?
Tess soube que tentava ser cavalheiresco e sentiu-se agradecida. A ideia de encontrar outra vez o seu perseguidor era tão inquietante que sentiu um calafrio.
– Não se preocupe. Já está a salvo.
A amabilidade de Danilo deixou-a à beira das lágrimas.
– Não seja tão bom comigo, por favor – rogou. – Estou muito alterada e, se insistir, vou começar a chorar. Não costumo ser tão patética, mas…
– Sim?
– O Ben não é meu namorado. Embora pense que é.
Danilo encolheu os ombros.
– Não tem de me dar explicações, menina. Não me diz respeito – declarou. – Ajudei-a porque era o correto e porque tenho uma irmã não muito mais jovem do que a menina. Espero que a Nat nunca se encontre nesta situação, mas, se alguma vez se encontrar, gostaria que lhe dessem uma ajuda.
Tess voltou a respirar fundo, tentando recuperar a calma. No entanto, estava tão tensa que, ao respirar fundo, tremeu da cabeça aos pés. E, para o caso de ser pouco, deixou escapar uma lágrima solitária.
Danilo deu por si preso entre a irritação e a admiração. Irritação, porque não queria que o seu instinto protetor o dominasse e admiração, porque os seus olhos lhe pareceram simplesmente extraordinários. Eram cor de âmbar, quase dourados. E com umas pestanas compridas, frisadas e pretas.
– Agradeço que tenha intervindo em minha defesa, mas não se preocupe comigo. Estou bem.
Lançou-lhe um olhar tão triste que ele se lembrou do que acontecera quando o golden retriever da família tivera cachorrinhos. O pai prometera que poderia escolher antes de qualquer outra pessoa e, contra os conselhos de todos, Danilo escolhera uma cadela de aspeto doentio que não parecia ter possibilidades de sobreviver.
No entanto, o seu animal de estimação sobrevivera. E ainda lhe demonstrava o seu afeto imenso e agradecimento, embora já fosse velha e não tivesse muita energia.
– Contudo, se pudesse acompanhar-me a casa… – continuou Tess. – Desde que não seja um incómodo, é claro.
Tess voltou a tremer. Sentia-se muito fraca e não rejeitou a ajuda de Danilo quando lhe pôs uma mão nas costas. Sentia consciência de que estava a comportar-se como o tipo de mulheres que desprezava: Fracas, dóceis e sempre a precisar de ajuda masculina. No entanto, acabara de encontrar o seu perseguidor num beco escuro. E, para piorar as coisas, estava com gripe.